23:13 - Os participantes são apresentados. Fala-se do Nobel, mas não, estranhamente, da crise económica.
23:13 - Eduardo Pitta refere-se a "um homem tonto": o secretário Engdahl. Eu aceno, sorridente.
23:15 - O "anti-americanismo da Academia" faz a sua primeira aparição, seguido de perto pelo "conservadorismo da Academia". As coisas estão renhidas. Até agora, eu ainda não falei, mas nota-se o meu domínio profundo sobre as matérias.
23:19 - O apresentador comete uma inconfidência que acaba de lixar o meu karma orçamental para o resto do ano. Enfim.
23:23 - "O funcionamento da Academia parece uma coisa maçónica", José Mário Silva. Há apertos de mão secretos, e ritos de iniciação envolvendo sumo de uva e focas amestradas. Isto é do conhecimento público. Vamos falar de coisas sérias, senhores.
23:24 - A dicção perfeita de Eduardo Pitta está a deixar-me perturbado.
23:28 - Aproveito o intervalo musical para perguntar ao Francisco José Viegas: "Para que é que serve este botão? Este aqui, a piscar: serve para quê?"
23:31 - Não percebo os comentários depreciativos dos meus colegas de emissão. Eu até acho esta morna cabo-verdiana muito bonita.
23:35 - Tal como McCain fez com Obama no primeiro debate, Eduardo Pitta ainda não estabeleceu contacto visual comigo a noite inteira.
23:37 - Fala-se do optimismo dos premiados. Eu estou ocupado com o copo de água que a produção gentilmente me ofereceu, mas não concordo com nada disto.
23:39 - Enumera-se a malta que "nunca chegou lá". Eduardo Pitta informa-me que Naipaul é indiano. Estou com tanta sede.
23:43 - José Mário Silva diz, e muito bem, que se houvesse mais transparência, o processo perderia a graça. Ando há anos a tentar explicar esta teoria aos meus gerentes bancários, mas sem sucesso.
23:45 - Reparei agora que o meu microfone não está ligado.
23:47 - Engasguei-me num salgadinho, o que originou aquele comentário do Pitta em que ele diz que não é médico. Foi mauzinho. A propósito do Pynchon ir ou não a Estocolmo, o homem enviou um comediante (Prof. Irwin Corey) para receber o National Book Award em nome dele.
23:49 - Frank Sinatra diz que tem de nos ter todos os dias. Há um frisson silencioso no estúdio.
23:51 - Eduardo Pitta diz que Roth não tem parado de crescer nos últimos 10 anos. É aquela comida que os judeus comem.
23:53 - Francisco José Viegas evoca um cenário que eu pagava para ver: dezenas de fãs de Doris Lessing a celebrarem destruindo quartos de hotel.
23:56 - "Namibianos, sei lá, não sei". Preciso urgentemente de um copo de água. Vou só meter mais uma morna à revelia do apresentador e vou-me embora. Boa noite.
00:04 - Apanhei um táxi à saída do estúdio. Passei pela Isabel Coutinho, que ia a entrar, ligeiramente atrasada.
Mas o que é isto?
ResponderEliminarO Torga, o Ramos Rosa, a Sophia, o HH não ganharam porque se esqueceram de entregar o impresso!!!
ResponderEliminarAgora está o lobbie caboverdiano em acção.
ResponderEliminarAquela coisa do Pynchon lá no meu blogue foi apenas uma piada que correu mal, mas com esta atitude estás a candidatar-te seriamente ao lugar de Pynchon português. Um romance de 900 páginas em cima de minha secretária na segunda-feira e não se fala mais nisso.
ResponderEliminarAinda mais improvável: Pynchon comparece ao banquete, delega em Salinger a prelecção, este aceita e discursa por videoconferência desde as margens do lago Walden...
ResponderEliminarE hoje Saramago foi homenageado pelo PCP e usou no discurso aquilo que se convencionou chamar de «humor». Eu vi, na RTP.
ResponderEliminarRevelação da noite: "Saramago não é arrogante"
ResponderEliminarEu gostava de estar aqui a conversar com vocês no galinheiro, mas tenho de estar ali em cima a falar sobre o Nobel.
ResponderEliminarnão devias estar lá, pá?
ResponderEliminarÓ Zé Mário!! Então se o Oliveira já passou os 100, por que é q o Saramago não vai passar dos 96?
ResponderEliminarlá, na Antena 1, emtenda-se.
ResponderEliminarJosé Mário Silva acaba de matar Saramago: a sua vida não durará «mais do que 10 anos», certamente.
ResponderEliminarenteNda-se, bem entendido.
ResponderEliminarO problema dos brasileiros é não andarem na alta roda.
ResponderEliminarEduardo Pitta: «o problema dos brasileiros (...) é não frequentarem a "alta-roda"». Mistério.
ResponderEliminarEu não sou o anónimo das 23:39, juro.
ResponderEliminarOs autores de direita nunca "lá" chegaram... Coitado do Mexia.
ResponderEliminarEu não sou o lourenço cordeiro.
ResponderEliminarDedo na ferida: os de direita nunca chegaram...
ResponderEliminarBorges esteve para ganhar em 1976, não fosse ter visitado o Chile no final de Agosto desse ano. O nome foi retirado e o prémio entregue a Bellow
Poesia? Romance? Ensaio? Está na hora de nobelizarem um blogger.
ResponderEliminarNão deram ao Borges por causa do Chile? Acho que há aqui, não quero escandalizar ninguém, dualidade de critérios.
ResponderEliminarO BELLOW NÃO ERA PROPRIAMENTE DE ESQUERDA...
ResponderEliminarO JPP "The 1% man"...
ResponderEliminarOs gajos são uns antiquados.
ResponderEliminarTransparência, exige-se tranparência.
("A Academia com paredes de vidro"??)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarTipos com 70 anos não percebem nada da literatura que se faz hoje em dia.
ResponderEliminarO Secretário já dá palpites... depois da Paula?
ResponderEliminarZMS quer mais democracia no Nobel? Foi isto que ouvi? Está resolvida a «questão brasileira», e não será Rubem Fonseca.
ResponderEliminarSe deram o da Medicina a um tipo que isolou o HIV há 20 anos, também podiam dar o da Literatura ao Vargas Llosa
ResponderEliminarFala-se muito da política no nobel da literatura, mas isso só serve para escamotear o escândalo que tem sido o nobel da química.
ResponderEliminarPor falar em Deus (Bellow)... Sinatra.
ResponderEliminarIsto está mesmo a acabar. Certinho direitinho que amanhã às 12:00 se confirmará que nenhum dos senhores de hoje percebe alguma coisa disto.
ResponderEliminarParadoxo: Sinatra não escreveu uma única linha das suas canções
ResponderEliminarPitta: «Roth não é só um escritor de elites». Ou seja, chegou ao povo. Estou comovido com a atenção, obrigado.
ResponderEliminarGanhar o Nobel dá para vender mais 10 mil exemplares.
ResponderEliminarJá falaram umas 10 vezes no Naipaul e ainda não referiram o Churchill.
ResponderEliminarHá um pormenor importantíssimo para mais nenhum autor português ganhar o prémio durante a vida de Saramago: ao 85 anos, não é certo que ele aguente.
ResponderEliminarAutores tailandeses e bolivianos!!!
ResponderEliminarAcabou... e nem falaram do Paulo Coelho.
ResponderEliminarNão é certo que os meus comentários tenham sido úteis. Estou, contudo, de consciência tranquila.
ResponderEliminarE a Isabel Coutinho??
ResponderEliminarAcabei de tirar os phones, e percebo que os meus vizinhos de cima estão «entusiasmados». Castigo.
ResponderEliminargrande casanova...
ResponderEliminarEstive a ouvir um bocadinho o mp3 mas não ouvi o Casanova, pelo menos até aos 10 minutos... O que se passou? Só o Eduardo Pitta e o José Mário Silva. Até na rádio consegue ser esquivo como um lince ibérico intelectual.
ResponderEliminaré aqui que aparecem as fotos da carolina?
ResponderEliminarcri-cri, cri-cri, cri-cri, cri-cri, cri-cri, cri-cri, cri-cri, cri-cri, cri-cri, cri-cri....
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