terça-feira, novembro 25, 2008

Chama-se «Inherent Vice» e parece que é um lively yarn num unaccustomed genre


O catálogo da Penguin para 2009 já tem um título e um resumo:

«It’s been awhile since Doc Sportello has seen his ex-girlfriend. Suddenly out of nowhere she shows up with a story about a plot to kidnap a billionaire land developer whom she just happens to be in love with. Easy for her to say. It’s the tail end of the psychedelic sixties in L.A., and Doc knows that “love” is another of those words going around at the moment, like “trip” or “groovy,” except that this one usually leads to trouble. Despite which he soon finds himself drawn into a bizarre tangle of motives and passions whose cast of characters includes surfers, hustlers, dopers and rockers, a murderous loan shark, a tenor sax player working undercover, an ex-con with a swastika tattoo and a fondness for Ethel Merman, and a mysterious entity known as the Golden Fang, which may only be a tax dodge set up by some dentists.
In this lively yarn, Thomas Pynchon, working in an unaccustomed genre, provides a classic illustration of the principle that if you can remember the sixties, you weren’t there . . . or . . . if you were there, then you . . . or, wait, is it . . .
»

(via SMS misterioso)

domingo, novembro 23, 2008

Não se apanha o Carlos Vaz Marques ou a Anabela Mota Ribeiro a meter coisas destas em cima da mesa

James Marcus: Let's turn to Indignation. It seemed to me that the first fifty pages or so of the book were written in a more subdued style--

Philip Roth: More subdued than the remaining pages?

James Marcus: Yes, exactly. Well, let me put it this way. Joseph Brodsky once said: "The real history of consciousness starts with one's first lie." Your protagonist's history of consciousness seems to start with his first blowjob.

(daqui)

sábado, novembro 22, 2008

Crítico literário que se preze arranja uma gaja com dedos dos pés preênseis


«After their lovemaking, a supine McCarthy has playfully grasped a branch with her "prehensile toes" and triumphantly hoisted herself off the ground.»

(Deste artigo no New York Review of Books sobre Edmund Wilson e Mary McCarthy - talvez o texto mais titilante que li desde que Patrícia Lança deixou de escrever sobre sexo oral.)

sexta-feira, novembro 14, 2008

Process stories

"How he did it", na Newsweek (em sete capítulos)

"Battle plans", na New Yorker

"The Fall", na New Yorker

(Perdi a aposta, mas já estou melhor, obrigado)

segunda-feira, novembro 03, 2008

Tromba Rija



Aproxima-se a grande noite. 169 milhões de eleitores registados vão tentar tornar o mundo mais seguro para a Democracia e para a minha conta bancária. Estou nas condições ideais para acompanhar o evento, tendo já recuperado do trauma induzido pelas oito pessoas que simpaticamente me enviaram mails a corrigir a grafia da palavra “privilegiar” no post ali em baixo, num espectro de registos que variou entre a discreta consternação e a indisfarçável felicidade. (Trata-se de um combate perdido: é uma daquelas palavras, tal como “percussão”, “excluindo”, ou “Mississippi” que ataco sempre com temor, e com - no máximo - 50% de hipóteses de as escrever correctamente. A única coisa que me deu algum alento nestes dias negros foi a leitura da correspondência de Truman Capote. O homem não escreveu bem a palavra “disappointment” uma única vez na sua vida).
Depois de prolongada análise a um ridículo número de sondagens, decidi apostar numa partilha dos votos do colégio eleitoral a 326-212. Quer isto dizer que arrisquei um jantar cujo preço é francamente inexplicável (ou talvez não: as fotos das entradas são intrigantes) na probabilidade de Pennsylvania, Ohio, North Carolina e Nevada cairem para Obama, e Indiana, Missouri e Florida cairem para McCain. A minha previsão foi talvez demasiado impetuosa, particularmente tendo em conta que um eventual erro meu na leitura da situação na Florida (no fundo, estas eleições são sobre mim) não poderá sequer ser compensado por ganhos inesperados em outros pontos no mapa. Creio que, tal como em 2000, a Florida vai mesmo ser a chave, não tanto para o futuro do globo, como para a minha saúde - gástrica ou financeira - durante o resto do mês de Novembro. Espero que os velhos judeus não me deixem ficar mal e votem, como é habitual, na pessoa com o ar mais urgentemente aposentável.
Ainda assim, e porque não quero privar o mundo do privilégio, do privilégio, de fazer apostas com a minha pessoa, declaro-me disposto a submeter todas as sugestões interessantes que me cheguem à caixa de correio nas próximas 24 horas a atenta consideração, pelo menos até ao ponto em que a minha mãe me telefone a chorar, perguntando o que é que correu mal na educação que ela me deu.
Podem fazer o vosso mapa aqui, e enviar as propostas para aqui. Só respondo aos que mencionarem quantias específicas - quem me vier com histórias de restaurantes "muito bons" e "em conta" será imediatamente insultado.