Porque tenho uma memória retentiva apenas ligeiramente superior à de um peixinho de aquário, ganhei o hábito de fazer listinhas para tudo e mais alguma coisa. Até, admito embaraçadamente, para tópicos de conversa. Nas minhas periódicas operações de reciclagem é frequente encontrar post-its com séries de temas descontextualizados, encimados por títulos úteis como "Telefonema para R. no Sábado" ou "E-mail para S.".
Encontrei hoje de manhã, dentro de um dicionário que há muito não consultava, uma listinha destas, pertencente a outro mundo - o ano de 2003 - com lembretes para uma "chamada para a M. - dia 11". A rapariga em questão que, por motivos obviamente aborrecidíssimos, já nem fala comigo, preparava-se para vir passar duas semanas comigo a Edimburgo. Este seria, julgo, o último telefonema antes da sua partida de Lisboa. A lista, que aqui deixo, pode parecer o sumário autista de uma má comédia romântica escrito num guardanapo de café por um actor francês desempregado, mas é tristemente genuína.
. toalhas;
. fotos do 10º ano;
. testes psicométricos;
. chouriço;
. cd's da PJ Harvey;
. Vaticano (preservativos);
. Cioran (Guardian);
. Kill Bill;
. Teatro CCTV - festival - bilhetes?;
. Atraso!, nº do táxi.
sexta-feira, agosto 04, 2006
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2 comentários:
Estava eu aqui a ler as tuas últimas descargas emocionais, quando o meu colega Manuel se aproximou e disse: "Esse é que é o blog do teu primo?" eu, orgulhosamente, respondi que sim. Entretanto ele ficou a ler o "Talking Points"... Algo admirado pergunta: "mas ele precisa de post-its para conversar?!?! A lista era o que ele tinha que falar com a rapariga?! O que isto: Vaticano (preservativos); Cioran (Guardian);?!?!". Amigo, Casanova, faça o favor de responder ao meu colega. Obrigado!
Diz ao teu colega Manuel que, nos dias piores, eu preciso de post-its para me lembrar do meu nome e da minha morada.
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