segunda-feira, outubro 09, 2006

Evangelismo

Três descobertas musicais relativamente recentes que inflamaram o meu proselitismo.
Antes de mais, Sufjan Stevens, a quem cheguei com alguns anos de atraso. O rapaz do 50 States Project não é apenas muito melhor do que eu pensava: é também muito melhor do que vocês pensam. E como se não lhe bastasse o talento, o lambe-botas teve o desplante de incluir no seu mais recente Avalanche (uma recolha de excedentes das sessões de Illinois) uma canção intitulada "Saul Bellow". Ora, há atalhos ainda mais rápidos para o coração casanovense, mas são poucos, e secretos.
De seguida, os 16 Horsepower, que escutei pela primeira vez há duas semanas, num banco de jardim em Bruxelas. Comprei o Folklore, que é sublime, e adivinhava já o nascer de uma dispendiosa obsessão. Felizmente os senhores separaram-se, portanto só tenho de me preocupar com o catálogo antigo.
Na mesma linha, mas noutro patamar, estão os Lift to Experience. O que é que eu posso dizer sobre os Lift to Experience, sem desamordaçar uma histeria que seria tão embaraçosa para mim como para o leitor? Vou, para bem de todos, limitar-me a transmitir informação. Dizer que o álbum de estreia é duplo e se chama The Texas-Jerusalem Crossroads. Que tem alguns pontos de contacto conceptuais com dois álbuns que me dizem muito, Hallowed Ground, dos Violent Femmes, e No More Shall We Part, de Nick Cave, embora musicalmente não se assemelhe a um nem a outro - nem a qualquer outra coisa, já agora, embora tenham sido repetidamente comparados aos My Bloody Valentine (é falso, falso!). Que o líder do grupo, Josh Pearson, descreve The Texas-Jerusalem Crossroads como um concept album sobre o fim do mundo, em que o Texas é a Terra Prometida. Que o Antigo Testamento nunca teve acordes tão bons.
Dizer, em suma, que são os Lift to Experience, senhoras e senhores, e que merecem a nossa devoção e o nosso dinheiro.

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