terça-feira, julho 24, 2007

Prolezhni

Os trocadilhos existem, mas parece que não são universalmente vertidos. A tradução de 1993 (Burgin & O'Connor) foi a que eu li, e vale a pena só pelas anotações. Pode alguém continuar a viver tranquilamente a sua vida sem saber que o nome do secretário do Comité de Moradores no Sadovaya deriva da palavra russa para "úlceras de pressão"? Eu não sei se poderia.

(O artigo da wikipedia também refere que o livro inspirou uma canção dos Pearl Jam e um futuro musical de Andrew Lloyd Webber; dois factos aparentemente inofensivos que arruinaram por completo o meu dia).

1 comentário:

Filipe Guerra disse...

António Pescada, o tradutor de Margarida e o Mestre (deveria ser O Mestre e Magarita) traduziu bem o livro mas é verdade que ignorou os trocadilhos (talvez por serem muitos) e não só, todos os recursos estilísticos do autor, com um significado profundo de crítica ao sistema soviético, baseados no ridículo das siglas, nas velhas fórmulas de tratamento e conversação que foram substituídas pelo «camarada» e pela gíria revolucionária, etc. Diga-se em abono de Pescada (que traduziu do russo) que o livro, já assim difícil de ler, se tornaria muito pesado e ainda mais difícil.