Acabo de ler um artigo da Economic Botany em que os autores, e passo a citar, «searched the complete works of Cervantes, as historical ethnobotanical resources, for all references to plants, plant communities and products. (...) 167 species were registered in the 38 works, 110 cited in Don Quijote» pelo que me compreenderão se não estiver agora com cabeça para explicar os vários motivos pelos quais mais uma presença do Liverpool nas meias-finais da Liga dos Campeões é um pesadelo metafísico que ameaça o próprio tecido da realidade. E acho muito injusto estarem a pensar que esta aparente azia se deve exclusivamente ao dinheiro que apostei numa vitória do Arsenal, até porque o golo de Sami Hyypiä me rendeu 65 libras (£5 @ 12-1, 'anytime scorer', William Hill). Se me dedicasse a pesquisar as obras completas de Rafael Benítez à procura de 'plants', 'plant communities' ou mesmo 'cynical, neurasthenic, vegetable-like midfielders', encontraria muito mais do que cento e sessenta e sete espécies. Vi futebol no Reino Unido durante sete anos. O melhor futebol que lá se jogou foi invariavelmente jogado pelo Arsenal (mesmo na fase pós-Bergkamp), mas, em uma ou outra altura, dei comigo a disseminar a minha simpatia continental por quase todos os clubes federados, incluindo uma paixoneta de 3 meses pelo Redditch United da Conference League, cujo melhor jogador - um extremo-direito que acumulava funções de repositor de stock na loja da Staples - tentou um total de três fintas nos cinco jogos a que assisti, duas delas com relativo sucesso. Mas nunca - nunca - consegui sentir um borrifo de qualquer sentimento positivo pelo Liverpool, por motivos complexos que explicaria se não tivesse acabado de ler um artigo da Economic Botany.
A votação tem estado a decorrer ordeiramente (com Virginia Woolf, para já, em clara e governantíssima vantagem). Conto encerrar as urnas assim que o número de votos exceder o número de espécies de 'plants' ou 'plant communities' referenciadas no Antigo Testamento, segundo o estudo efectuado em 2002 por Moldenke e Moldenke, conhecidos como os Dupond et Dupont da etnobotânica. Aquela cantiga chama-se «Brand New Song» e é de um rancho escocês chamado The Pendulums.
Termino com alguns exemplos de frases sobre Rafael Benítez inexplicavelmente não devolvidas pelo google:
«Ouvi dizer que o Rafael Benítez não respeita o meio-ambiente»; «Ouvi dizer que o Rafael Benítez tem um mamilo supranumerário»; «Ouvi dizer que o Rafael Benítez é um niilista Bakuniniano»; «Ouvi dizer que o Rafael Benítez faz mal a gatinhos»; «Ouvi dizer que o Rafael Benítez é um anagrama de Rabanete Feliz»; «"Ouvi dizer que o Rafael Benítez está a destruír a Civilização tal como a conhecemos"».
quarta-feira, abril 09, 2008
Alguém, por amor de Deus, explique ao Pedro Arroja a diferença entre "paid" e "paid for"
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6 comentários:
O que irrita mais neste 'regresso' do Liverpool, é que - contrariamente à equipa que dominou o futebol europeu no início da década de 80 - esta é uma equipa absolutamente cínica!
P. S. Nas últimas 4 épocas, apenas uma equipa conseguiu eliminar o Liverpool da Liga dos Campeões... o Benfica, com duas vitórias (cá e lá!), com um total agregado de 3-0 (num ano em que o Liverpool entrara na Liga dos campeões 'de penetra', com um estatuto de 'convidado' para defender o título conquistado em 2004-05)
O Liedson - o avançado do Sevilha -também era repositor...
Alguém, por amor de Deus, explique ao Rodrigo Casanova que um blogue com textos de qualidade a apontar para o target intelekto-geek deve ter maior taxa de actualização. Sofremos, nós.
Continue a escrever, continue... O Blume agradece do fundo da alma.
Gostava de saber que música é esta. :)
Então, «destruír»?
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