quinta-feira, agosto 07, 2008

Coisas que enfurecem o mais pacato cidadão

Nas palavras cruzadas do jornal Público, a pista "Unidade de medida da irradiação ionizante absorvida" foi utilizada quatro vezes (quatro) nas últimas sete edições, duas delas (duas) em dias consecutivos. O que fazem as autoridades competentes enquanto este escândalo se perpetua? Nada, pois então. Fecham os olhos e fingem que nada se passa. E assim vai definhando a nossa civilização, num processo passivamente avalizado pela apatia da sociedade civil, e pelo silêncio conivente do João Miranda. Está à vista de todos o vácuo moral criado pela ausência total de valores. Que mundo é este que estamos a deixar aos nossos filhos?

(A solução é RAD, já agora)

4 comentários:

Anónimo disse...

Aguardava com ânsias a solução por não ter comprado as edições seguintes e afinal está éRAD?! Fiquei abespinhado.

Anónimo disse...

rim=ril
mais=al
aqui=ca
fecha as asas para descer mais depressa=sia
rema para trás=cia
E isto, ninguém olha para isto, ninguém diz nada?

Lourenço Bray disse...

Isso é porque eles usam geradores automáticos de palavras cruzadas! Eu já li sobre isso! *lourenço ajeita os óculos nerd* Os símbolos químicos, abreviaturas e siglas começaram a ser intensivamente utilizados nos últimos anos com a massificação das palavras cruzadas em centenas de publicações. O problema é que como as palavras estão todas em bases de dados, são consideradas como válidadas desde que tenham "significado". Isso significa que se o software precisa de um "RAD" ele vai sacar um RAD algures, porque tem de existir uma abreviatura ou símbolo químico RAD algures. Assim, usam essas pequenas palavrinhas para preencher as delicadas ligações entre palavras mais complexas e divertidas. No meu entender, a solução para este grave problema passava por ponderar este tipo de agregações de letras (nem são palavras) com uma pontuação negativa nos algoritmos de geração de palavras cruzadas, para forçar o algoritmo a procurar outras hipóteses, nomeadamente, refazer todo o puzzle para não recorrer a elas. Mesmo assim abria-se a hipótese para a sua utilização, caso a penalização por refazer todo o puzzle fosse superior às perdas de utilizar um termo como RAD. Em breve as próprias notícias do jornal vão ser escritas pelo mesmo tipo de algoritmo. Esperem e vão ver.

Lourenço Bray disse...

Aliás, o Vital Moreira já recorre a um software automático que pega em discursos escritos do Jorge Sampaio e substitui palavras chave.