quinta-feira, abril 23, 2009

Italo Calvino e a Máquina dos Peidos


Os meus vastos conhecimentos sobre a internet já me permitiram topar uma coisa espantosa que vai com certeza revolucionar a maneira como todos vocês olham para o mundo: a internet sabe onde é que nós estamos. A internet sabe onde é que nós estamos! Várias pistas contribuiram para esta descoberta, nomeadamente a quantidade de sites a prometer-me que "nasty sluts from Cova da Piedade want to strum your banjo", e o facto de a William Hill me tentar convencer com alguma insistência a apostar nos jogos do Vitória de Setúbal. Mas devia haver uma maneira qualquer de impedir que um blog literário americano encaixasse a Máquina dos Peidos entre posts sobre Calvino e Sebald. Entre Burroughs e Bukowski uma pessoa aceita estas coisas, mas Calvino e Sebald? Eu sou uma pessoa séria. Tão séria, aliás, que consegui terminar este post sem elaborar uma piada com a Máquina dos Peidos e a expressão "tracking cookie".

8 comentários:

Anónimo disse...

A máquina dos peidos trabalha ao meu lado.

margarida disse...

Vi algo a propósito sobre isto num e-mail recebido ontem...
Cá vai, se houver paciência...

http://sic.aeiou.pt/online/noticias/vida/Desenrascanco+a+palavra+que+os+ingleses+queriam+ter.htm



Desenrascanço Em cada português há um profissional na matéria
Site elenca as "10 palavras estrangeiras mais fixes"

Desenrascanço, a palavra que os ingleses queriam ter.

Um site norte-americano fez uma lista das 10 palavras estrangeiras que mais falta fazem à língua inglesa. A palavra portuguesa "desenrascanço" é a que lidera.





"Bakku-shan" é a palavra usada pelos japoneses quando se querem referir a uma rapariga bonita, vista de costas.

“Nunchi” é outra das palavras escolhidas. É coreana e é usada para falar de alguém que fala sempre do assunto errado, um género de desbocado ou inconveniente.

"Tingo" é uma expressão usada na Ilha da Páscoa, Chile, e significa pedir emprestado a um amigo até o deixar sem nada.

A lista das "10 palavras estrangeiras mais fixes que a língua inglesa devia ter" é liderada pela palavra portuguesa "desenrascanço". Esta é a expressão que, segundo os autores do site norte-americano, mais falta faz ao vocabulário inglês.



O "desenrascanco", segundo os norte-americanos

Depois de percorrer duas páginas com explicações das nove palavras estrangeiras mais fixes, chega-se ao número 1. A falta da cedilha não importa para se perceber que estamos a falar do "desenrascanço", tão típico da nossa cultura.

"Desenrascanco: a arte de encontrar a solução para um problema no último minuto, sem planeamento e sem meios", explica o site dando como exemplo a célebre personagem de uma série de televisão MacGyver.

"O que é interessante sobre o desenrascanco - a palavra portuguesa para estas soluções de último minuto - é o que ela revela sobre essa cultura". "Enquanto a maioria de nós [norte-americanos] crescemos sob o lema dos escuteiros 'sempre preparados', os portugueses fazem exactamente o contrário", prosseguem os autores.

"Conseguir uma improvisação de última hora que, não se sabe bem como, mas funciona, é o que eles [portugueses] consideram como uma das aptidões mais valiosas: até a ensinam na universidade e nas forças armadas. Eles acreditam que esta capacidade tem sido a chave da sua sobrevivência durante séculos".

"E não se ria: a uma dada altura eles conseguiram construir um império que se estendeu do Brasil às Filipinas" à custa do desenrascanço, sublinham os autores, terminando o texto:

"Que se lixe a preparação. Eles têm desenrascanco", termina o artigo.

André Moura e Cunha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
André Moura e Cunha disse...

Andas mesmo distraído. Mas é quase certo que a máquina de peidos em blogues literários é uma invenção neoludita de feição palahniukiana.
E talvez seja uma ruminação apofénica (como gostas de usar) da minha parte...

Artur Corvelo disse...

ó sotor, é aceitar os convites, se não for muito incómodo

Lourenço Cordeiro disse...

http://www.lrb.co.uk/v31/n08/wood02_.html

Uma notazinha para gente, vá lá.

RC disse...

Alguém que partilhe do mesmo incómodo...Eu é mais no last.fm que me causa uma ligeira irritação. E nos vídeos que impedem o acesso por não estar no país certo, à hora exacta! Serve de muito colocá-los na internet então...

Lourenço Bray disse...

A Internet sabe onde estamos mas não é a única a sabê-lo. O g-o-v-e-r-n-o também sabe. O G-O-V-E-R-N-O. Pergunta ao J-P-P. DEixa-me contudo discordar, creio que os peidos ficam melhor ao pé do Calvino e do Sebald. Epá, o Sebald. Puta que o pariu. Li aquele, o Austerlitz ou o raio que o parta. Mauzito. Recomendo ver as The Charles Bukowski Tapes volume 1 (part 1), são quase 4 horas de documentário posto no youtube em episódios, já vou na parte 6 do volume 2, quase 2 horas, mas passam a correr.