Desde que acabei com o blogue, e deixei de sentir aquela pressão para o post diário que tanto me condicionou durante os últimos meses, tenho tido muito mais tempo para reflectir, nomeadamente sobre o papel decisivo que teve o Alexander Hamilton na história dos Estados Unidos (não se deve menosprezar a importância de ter uma pessoa tecnicamente chanfrada a pôr repetidamente o dedo no ar para embirrar com minúcias, a articular uma ideia diferente, e acima de tudo a não ter razão de uma forma muito inteligente, que mais não seja para obrigar todas as outras pessoas tecnicamente menos chanfradas a terem razão de forma igualmente inteligente; pela minha experiência isto é útil para organizar uma despedida de solteiro ou uma noite no casino, quanto mais para escrever o manual de utilização de um país), mas desde que a direcção do Sporting nomeou a Sarah Palin para treinar a equipa principal, e eu deixei de sentir aquela pressão diária para inalar oxigénio que tanto me condicionou durante os últimos vinte e nove anos, parece que bloqueei (bloqueei; bloqueei é provavelmente a palavra com o aspecto mais estrangeiro da língua portuguesa - não sei se será permitido usar a palavra "bloqueei" na literatura de campanha do PNR; quase que voltei a respirar oxigénio ao descobrir a palavra "bloqueei" no meio destas outras caucasianas sucessões de letras; parece o nome de um arpoador polinésio no Moby Dick, Queequeeg, Daggoo, Bloqueei), pelo que ficamos todos, literalmente, a perder.
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23 comentários:
Há uma questão que me tem vindo a atormentar cada vez mais, na exacta proporção em que a própria questão tem vindo sequer a tornar-se uma questão, não tanto na geração do nosso anfitrião, em que eu até percebo o fenómeno, mas na anterior (na casa dos 50 e até mais velhos). É esta 'coisa' dos intelectuais (no sentido social da palavra) agora serem não só entendedores e apreciadores de futebol mas mesmo fanáticos (não queria usar esta palavra - vão-me cair todos em cima "eu não sou fanático, e tal" - mas não encontro melhor).
Será a busca de uma identidade grupal que não encontram na sua actividade diária, dado que o trabalho intelectual é mais solitário e isolador? Um modo de afirmação numa sociedade tão virada para esse espectáculo em particular?
Bom, aqui fica o meu brinde aos (cada vez mais raros) ateus do futebol, de todas as idades: a todos que não sabem quem é o novo treinador do Sporting ou sequer que há um novo treinador, a todos que ignoram quando são os jogos da selecção ou para que servem. Um grande bem haja!
Também andas a ver o «John Adams»?
Don't worry. Jesus é nosso: http://www.youtube.com/watch?v=jH511j-aIs0
Ateus do futebol, é uma expressão que não faz sentido. Estes intelectuais iluminados não crêem na existência do futebol, é isso? Quanto muito, apesar de reconhecerem a sua existência, não lhe dão a (devida) importância. Um herege é um herege, um ateu é um ateu. Um vintém é um vintém, (...).
este blog é uma novela, então a Marta está a dizer mal Casanova? do Maradona? que podem muito bem ser uma e a mesma pessoa?
É um blog dentro de um blog. um mau dentro de um bom, não vamos confundir as coisas. ca nojo
"ateus do futebol" não foi muito bem escolhido, mas herege também não é bem a expressão certa. Vou continuar a procurar.
PS - eu não disse mal de ninguém, questiono-me sobre um fenómeno e brindo a uma espécie em vias de extinção, c'est tout.
A EXPRESSÃO "ATEUS DO FUTEBOL" FAZ TODO O SENTIDO DO MUNDO. DE QUALQUER MODO (DIGO, COM SENTIDO OU SEM), ACABA NAQUELA MERDA DO ECO "EM QUE CRÊEM OS QUE NÃO CRÊEM". OS ATEUS DO FUTEBOL TINHA LÁ AS SUAS SUPERSTIÇÕES TAMBÉM, A DEMOCRACIA, POR EXEMPLO.
O FATO (PARTE DELE, AO MENOS) É QUE QUANDO O MARADONA OU O CASANOVA ESCREVEM SOBRE FUTEBOL NÃO ESTÃO ESCREVENDO EXATAMENTE SOBRE FUTEBOL. OU MELHOR, ESTÃO. MAS ISTO É IRRELEVANTE. PODERIAM ESTAR ESCREVENDO SOBRE FORMIGAS, SOBRE UVAS, SOBRE OSSOS, SOBRE MODELOS DE ALIENAÇÃO, QUALQUER BOSTA OU PEDAÇO DE BOSTA. TÊM TALENTO, MAIS QUE ISTO, TÊM GÊNIO. O ASSUNTO QUE ESCOLHEM PODE SER RIGOROSAMENTE QUALQUER UM.
pra mim, as pessoas (os intelectuais também) que não gostam de futebol são umas bestas do caralho.
afutebolados?
adoro novelas:)
"Veloso cuspiu o anzol". Hoje, num diário desportivo perto de si.
Ela estará a falar do Marcelo Rebelo de Sousa e da sua participação naquele programa da RTPN onde está também o vasconcellos? é poque se está vá para o caralho que o MRS esteve muito bem a defender o braga, se não está vá para a cona da tia rita mais a merda do antifutebolismo, isto disto por uma gja que diz: "busca de uma identidade grupal que não encontram na sua actividade diária" que é precisamente o que a madame faz aqui, neste blog, é que chateia os cornos a um hoemem, amiga, se não tiver nada de interessante para fazer, não escolha precisamente falr mal de quem gosta de futebol especialmente de gajos como eu que tendo quase 50, viveram e vivem a pensar em futebol, o que não é bom nem mau, só diferente de o fazer a pensar em brincos, caralho
Cara Marta Morais,
Isso é o que se chama na gíria futebolística um passe errado, ou seja, acabaste de oferecer ao adversário uma oportunidade para brilhar sobre o relvado. Não há, no facto dos intelectuais gostarem de futebol, qualquer interpretação místico-antropológica ou socio-estruturalista que possa adequar-se ao problema que pretendes colocar, simplesmente porque o problema não existe. Qualquer pessoa que entenda o fenómeno futebolístico, e não seja tão erudito como o Luís de Freitas Lobo, sabe que o gosto pelo futebol é cronológicamente anterior, e anatomicamente interior, à formação da consciência do intelectual. Quem fala disto é o Luckacs, mas quando o li estava em Leiria e desesperado por encontrar um café onde visualizar a final Manchester_chelsea, pelo que vou poupar-te a citações. Gosta-se de futebol como se gosta de outra coisa qualquer, sugos de fruta ou os comentários de Luís Delgado à situação trágico-cómica dos meios de comunicação. Já o facto de não conheceres o Carlos Carvalhal, novo treinador do Sporting, é um pecado ético-cerebral que niguém te perdoará, a menos que sejas amiga de alguém e te deixem, como o Pedro Mexia, publicar uma merda qualquer disfarçada de peça de teatro na Tinta da China. Sabes uma coisa, o Pedro Mexia também não deve gostar de futebol e parece que é um intelectual. Como dizia o Maradona, um indivíduo que, ao que parece, irrita muita gente, é aviltante o facto de não compreendermos a complexidade desta merda toda que é vida, e haver intelectuais que escrevem maravilhosamente e gostarem de futebol sem qualquer intenção pseudo-integrante, até porque essa coisa do intelectual solitário na ascese do conhecimento é um episódio mal traduzido de judeo-cristianismo numa versão BBC para americanos, já que intelectuais foliões à tripa forra foi coisa que nunca faltou e não era agora, que estamos todos montados num circo rodopiante e colorido, que ia faltar.
Caro Casanova/maradona/whatever:
Venho por este meio indagar se há alguma possibilidade de censurar todos os comentários futuro desta indústria soporífera que assina Alf. Nem os Harry Limes nem as Martas Morais me dão tanta vontade de põr termo à vida como as bujardas intermináveis deste anormal, onde nunca encontrei o menor vestígio de humor ou inteligência apesar das suas tentativas desesperadas em fingir que está na posse abundante desses atributos.
Se for preciso disponibilizo-me para organizar uma petição.
agradecido
Ora aí está um primeiro sintoma prestado por quem nada deve à indústria soporífera ( além da posse torrencial, tectónica, de infindáveis quantidades de inteligência e de humor, e, claro está, da capacidade de alusões originais e perspicazes sobre a vontade de por termo á vida) de que eu, o soporífero, talvez seja um indivíduo que no fundo, no fundo, ando aqui apenas à espera de que um leitor agastado tente um lance de inteligência e graça denunciando e propondo a censura sobre quem não tem inteligência e graça. Deus nos proteja se um dia a democracia se torna um sistema concretizável.
Em vez de estarem para aqui feitos crianças, podiam ter aproveitado este espaço para me dizerem - como fez uma pessoa extremamente identificada, através de mail - que, ao contrário do Queequeeg, o arpoador Daggoo não é polinésio, mas sim africano. Gosto muito de vocês todos, mas sois uns inúteis.
Caro Casanova
A malta confia na tua sapiência e não pode com uma mão dar gaz a estes comentários infantis (há que reconhecer a justiça da crítica)e com a outra enviar mails identificados com reparos sobre a naturalidade de arpoadores por muito distinta que seja a sua ascendência.
Mas continuas a ser o segundo maior e as críticas sobre a inutilidade há que recebê-las como um filho recebe a recomendação paterna sobre possibilidades de trabalho numa oficina quando chumba pela terceira vez no 9ºano.
É preciso fazer notar que os arpoadores do Moby Dick não frequentaram a cinemateca pelo que é altamente provável que não satisfaçam os riquisitos mínimos na arte de arpoar baleias o que representa uma falha grave na coerência interna da obra e tu Casanova devias ter feito este reparo num qualquer esboço crítico dos muitos com que brindas os leitores da revista LER. Devo ainda dizer que o comentador que assina alf nos seus soporíferos comentários, devia ser sileciado ou com uma petição ou, pelo menos, com a frequência dos seminários em humor e inteligência organizados pelo leitor agastado.
Não me parece aceitável que se insultem os comentadores por não serem úteis à revisão crítica deste blogue.
PS. o leitor agastado é um prodígio de inteligência sobretudo quando faz referência à falta de inteligência de alf. Esse indivíduo vem aqui vomitar comentários sem os índices mínimos de qualidade artística e ainda se arroga o facto de referir factos e banalidades sem qualquer pinta de graça, apesar dos seus esforços herculeos para arrancar um sorriso aos leitores. Um evidente caso de má-formação congénita no que toca a ser a pessoa espectacular que todos esperávamos que fosse.
Estimada Martinha,
Gosto de futebol, de xadrez (muito) e de gajas (imenso), não necessariamente por esta ordem, claro, muda com os dias (e as gajas), mas tu, com esta conversa dos intelectuais baralhaste-me, se antes estava indeciso sobre a minha condição de intelectual, agora não sei.
By the way, gosto dos teus "stationary"
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