terça-feira, outubro 26, 2010

Best. Footnote. Ever.

Tendo em conta o azarento historial de equívocos entre realidade e onionismo que tem marcado as tentativas de divulgação da obra e pessoa de David Foster Wallace na imprensa nacional, cabe-me aqui relatar um facto pertinente que, mesmo depois da mais diligente e exaustiva pesquisa online, se poderia pensar ser tão fabricado como a história do bilhete de suicídio de trezentas páginas ou a dear john letter de sessenta: nos anos 90 David Foster Wallace tatuou o nome de uma namorada no braço; em 2003, quando a relação terminou, em vez de apagar a tatuagem, tatuou um asterisco ao lado da mesma, remetendo para uma outra tatuagem em nota de rodapé, com o nome da nova namorada, com quem se viria a casar. Gostaria de pensar que tanto o Sérgio C. Andrade e o Rui Catalão como aqueles que lhes apontaram os erros passaram por esta história e a acharam pouco plausível (com toda a razão, embora seja verdadeira). Quanto ao resto, vamos nutrindo com tranquilidade um torcicolo e perdoamos todos aqueles que estão do lado do Bem.

4 comentários:

Um francês em Lisboa (não sei pra quê) disse...

Isso do asterisco feito numa tatuagem que remete a outra tatuagem é piada ou verdade? Não que não existam verdades com piada. Existem aos montes. Mas... É verdade?

jaa disse...

Já leu a entrevista ao Norman Rush na última The Paris Review, ó Casanova? Só o facto de ele usar três máquinas de escrever de 1955 (duas Royals e uma Underwood), colocadas lado a lado (uma para texto em bruto, a segunda para revisão de texto anterior, a terceira para notas), deve deixá-lo extático, não?

Ou deixaria, se você já não soubesse tudo sobre ele antes.

Pedro disse...

Hhmmm. Li aí algures que o que ele fez com a literatura é enorme e que passou a vida emparedado a escrever o que é estar vivo. Hum hum.. depois li trechos em que ele fala da sua percepção de um jogo entre jogadores de tenis e um outro em que fala da sua experiência com o tyriphalon. Hum hum… ok, já li tudo. Siga-se outro escritor americano suburbano e angustiado, a ouvir vozes, de preferência em forma de reader’s digest. Jesus, sou só eu a achar que a literatura americana dos últimos cinquenta anos é a mais aborrecida e desinteressante da história da literatura? Who gives the fuck?

Johnny M. disse...

Se não é verdade, deveria ser.