terça-feira, setembro 30, 2008

A Dieta Rochemback

Depois de avaliar a minha disponibilidade - técnica e emocional - para a não-actualização de blogues, decidi que estão reunidas todas as condições para começar a não-actualizar dois blogues em vez de um. A não-cisão temática daqui não-resultante não terá repercussões catastróficas que só o tempo não permitirá enquadrar, mas suspeito que, a partir de agora, A Dieta Rochemback passe a não albergar as minhas não-actualizações desportivas, e a Pastoral Portuguesa as minhas não-actualizações genéricas. Se as coisas correrem bem, é inteiramente possível que um terceiro blogue não-actualizável seja fundado para não hospedar as minhas aguarelas, poesia naif e listas de supermercado.

terça-feira, setembro 23, 2008

Estes cômplos

(THUNDERSTORM1, 1 ponto , 18:42 Segunda-feira, 22 de Set de 2008)

alinhar nestes cômplos a pouco mais de 5 dias do derbi.
Manifesto desde já o meu repúdio por esta campanha desestabilizatória.
Amanhã de manhã vou cortar a assinatura do expresso..........a não ser que se retratem

(Comentário do senhor THUNDERSTORM1 a este artigo do Expresso)

Odisseia na terra

(odisseia na terra, 1 ponto , 13:22 Segunda-feira, 22 de Set de 2008)

ESTA PERGUNTA É FEITA PARA QUE OS ADEPTOS DO CLUBE DO PASSARO POSSAM VERTER AS SUAS JÁ GASTAS OPINIÕES.

ALGUM CASPOSO DO FCP NÃO SABERÁ RESISTIR Á PERGUNTA.

SOLICITO A TODOS OS LEÕES QUE NÃO ADIRAM A ESTE EXERCICIO INTELECTUALMENTE GROSSEIRO E BASTANTE ESTÉRIL.

A CÔR É VERDE E O LEÃO ESTÁ IMPARAVEL. VIVA O SPORTING!

(Comentário do senhor "odisseia na terra" a este artigo do Expresso)

quinta-feira, setembro 18, 2008

O Grande Colisionador de Hadrões na óptica do utilizador


Primeiro vieram as Pessoas da Ciência, transportando a Ciência em baldes, e depositando-a debaixo da Suiça. A Ciência adquiriu a forma de um túnel circular, com 27 kms de perímetro. O túnel serve para acelerar partículas até estas atingirem sete TeV. Isto é mais difícil do que parece, dada a natureza obstinada das partículas, e a sua conhecida propensão para a indolência.
Uma equipa de Pessoas da Ciência incita grupos seleccionados de protões a entrarem no Grande Colisionador Hadrónico. Os protões são então neutralizados com poesia francesa e velhas músicas de Dean Martin. No outro lado do túnel, uma segunda equipa de Pessoas de Ciência acena com chocolates, rebuçados e confeitaria avulsa. Espera-se que os protões corram nessa direcção a uma velocidade de 99,9998% da velocidade da luz (unidade de medida conhecida em física de partículas como “David Suazo”). Os primeiros protões a completar o percurso serão recompensados com os melhores chocolates e apurados para a fase seguinte; os mais lentos receberão um certificado de participação e serão colocados a rodar num colisionador hadrónico com menos exigências competitivas.
A segunda fase envolve colocar os protões num anel de colisão, e fazê-los entrar em choque uns com os outros. Para este efeito, a reputação da mãe de um dos protões será questionada, através de rumor e insinuação, pelas Pessoas da Ciência. Espera-se que a confusão consequente provoque uma tumulto de recriminações e lavagem de roupa suja que ajude a explicar a origem da massa das partículas elementares.
Uma destas partículas é conhecida como “Bosão de Higgs”. A Ciência anda há décadas a perseguir o “Bosão de Higgs”. O “Bosão de Higgs” permanece irredutível na sua reclusividade, indiferente a ramos de flores, caixas de After Eight, e até àqueles postais que tocam o «Für Elise» quando são abertos. Os rumores apontam para que o “Bosão de Higgs” esteja escondido num Holiday Inn em Palma de Maiorca, com receio de ser chantageado pelo marido da Ciência.
O Grande Colisionador de Hadrões gerou alguns receios entre Pessoas da Ciência. Temia-se que fosse criado um buraco negro capaz de engolir o Universo. Na verdade, o pior que poderia acontecer seria uma reacção em cadeia através da qual toda a matéria fosse transformada em “matéria estranha”, um tipo de matéria apática e desinteressada, incapaz de participação cívica na sociedade, desejando nada mais do que ficar em casa o dia inteiro a ver televisão. As Pessoas da Ciência explicam que, mesmo que um buraco negro fosse produzido pelo Grande Colisionador de Hadrões, ele seria inofensivo - um buraco negro meio flâneur, passeando pelo planeta num bildungsroman sub-atómico, ganhando alguma espessura psicológica, mas desprovido de massa, e escrevinhando notas melancólicas nos bancos de jardim de Genebra, pelo que podemos todos dormir descansados.

terça-feira, setembro 16, 2008

Já tenho idade para não me irritar com estas coisas

Em 2005, David Foster Wallace escreveu um artigo para a Atlantic sobre apresentadores de talk-radio. Um deles, John Ziegler, decidiu partilhar com o mundo a sua sensível e ponderada opinião sobre o suicídio. (Não procurem a gramática nos excertos seguintes; ela não foi convidada):

«Wallace spent at least two months following my every move before and during the broadcast of my show. At the time, I found him to be more than a bit eccentric, but certainly nice enough not to be bothered too much by his presence. Most interestingly, I was not at all impressed by him in any significant way. The fact that I was completely ignorant of “who” he was, I think actually gives me great credibility in this evaluation and also may give me some insight into what eventually drove Wallace to kill himself. You see, I was in no way prejudiced by his reputation as a “genius” and therefore was not blinded to the rather obvious reality that there was very little “there,” there.»
(...)
«Being dubbed a “genius” at a young age (at least by the standards of the literary world) must have been a rather daunting burden for Wallace, especially when he probably knew deep down that he didn’t have the goods to back up those kind of elevated expectations.»
(...)
«I was a bit miffed at some of the inaccuracies and misrepresentations as well as the lack of any update to the storyline in the piece, but as a conservative you pretty much expect that from someone in academia who is clearly a liberal (after all, everyone in the elite literary world knows that conservatives are not smart enough to be worthy of their ranks and would certainly never attain the lofty level of “genius”).»
(...)
«I know that it is considered bad form, or worse, to speak ill of the newly dead, but to me all bets are off when one commits suicide, especially when that person is a husband and a father (speaking of bad form, when did the news media change their rule about not reporting extensively on the suicides of marginally famous people?). I strongly believe that a large ingredient of the toxic mix that ended up forming Wallace’s self-inflicted poison was the pressure he felt of living up to the hype surrounding his writing and the guilt he must have felt for not really having the true talent to back up his formidable reputation.
While I have absolutely no evidence to backup this assertion, I also think it is quite possible that he knew that killing himself in his “prime” and before he had been totally exposed as being a mere mortal in the literary realm would cement his status as a “genius” forever. After all, don’t tortured artists often kill themselves? Heck, based on the glowing and reverential reporting on his suicide, in some circles ending his on life may actually be seen as a badge of honor.»
(...)
«I honestly do believe that, based on my rather distinctive experience with him, that his suicide was about far more than just an illness and should in no way be a cause for praise.
David Foster Wallace was an overrated writer in life. His suicide should not be used to elevate him even further beyond what he deserved, in death. »

segunda-feira, setembro 15, 2008

Esta deixou-me estupidamente de rastos