A melhor descoberta (minha, estou muito atrasado) de 2008:
E um pedido urgente (às editoras portuguesas, que estão muito atrasadas) para 2009:
sábado, dezembro 27, 2008
quinta-feira, dezembro 25, 2008
Um Natal economicamente viável para todos
(Livraria Blackwell em Oxford, felizmente situada na mesma rua de uma loja de ferragens com carrinhos de mão muito em conta (e à porta da qual, na tarde de 21 de Dezembro, sete judeus celebravam ruidosamente o Hanukkah, pela minha saúde), e onde é possível gastar noventa e quatro libras em menos de hora e meia (em livros, não em judeus))
a) o Alexandre tem várias vezes razão ao longo deste post; aqueles parênteses sobre o câmbio só pecam por defeito. A queda da libra proporciona um dos gráficos mais deprimentes da história económica recente (creio que é evidente que não sei do que estou a falar), mas para o consumidor que deseje vir às livrarias inglesas gastar dinheiro português, a situação não poderia ser melhor. Aliás: o valor da libra desceu mais um bocadinho desde que comecei o post. Aliás: estou a escrever este post à luz de uma pequena fogueira ateada com notas de dez libras (tenho usado as notas de vinte para papel de embrulho);
b) por uma questão de enfim, não vou fazer listas, mas, uma vez que não vi mais do que sete filmes estreados este ano, parece-me pertinente afirmar que o melhor deles foi Du levande (Roy Andersson), do qual podem ver aqui um clip (o truque da toalha é uma tradição familiar a que procuro dar continuidade).
c) por motivos que não vamos aqui enfim, descobri uma coisa assombrosa: o tradutor automático do google transforma "João Miranda" em "John Coltrane".
d) das melhores coisas que li este ano, em qualquer sítio e em qualquer formato: o artigo na Economist sobre o farol de Fastnet.
e) a segunda melhor prenda deste Natal (desde os 15 anos que ninguém me oferecia brinquedos; estou muito feliz):
a) o Alexandre tem várias vezes razão ao longo deste post; aqueles parênteses sobre o câmbio só pecam por defeito. A queda da libra proporciona um dos gráficos mais deprimentes da história económica recente (creio que é evidente que não sei do que estou a falar), mas para o consumidor que deseje vir às livrarias inglesas gastar dinheiro português, a situação não poderia ser melhor. Aliás: o valor da libra desceu mais um bocadinho desde que comecei o post. Aliás: estou a escrever este post à luz de uma pequena fogueira ateada com notas de dez libras (tenho usado as notas de vinte para papel de embrulho);
b) por uma questão de enfim, não vou fazer listas, mas, uma vez que não vi mais do que sete filmes estreados este ano, parece-me pertinente afirmar que o melhor deles foi Du levande (Roy Andersson), do qual podem ver aqui um clip (o truque da toalha é uma tradição familiar a que procuro dar continuidade).
c) por motivos que não vamos aqui enfim, descobri uma coisa assombrosa: o tradutor automático do google transforma "João Miranda" em "John Coltrane".
d) das melhores coisas que li este ano, em qualquer sítio e em qualquer formato: o artigo na Economist sobre o farol de Fastnet.
e) a segunda melhor prenda deste Natal (desde os 15 anos que ninguém me oferecia brinquedos; estou muito feliz):
segunda-feira, dezembro 15, 2008
Acabou por ser um bom fim-de-semana, só foi pena ter-me trancado a mim próprio fora de casa
Foi uma colossal empreitada logística, envolvendo um saco de desporto, um daqueles chouriços de lã que se colocam atrás das portas na Margem Sul para desencorajar as minhocas, um pezinho atarefado, uma chave do lado errado da porta, e um telemóvel a tocar. Nem o Fred Astaire se safaria dali com a dignidade intacta. Felizmente a situação já foi resolvida, graças à minha tia Micaela (um dos membros mais valorosos desse vasto exército de pessoas de famíla com chaves sobressalentes), e também à existência de outras casas, com outras pessoas e outras chaves.
Dói-me ligeiramente a cabeça por causa de tudo, mas creio não ser a única pessoa ansiosa por ver o que é que as manápulas gordurosas de Sam Mendes vão fazer de Revolutionary Road, um livro de que gosto quase tanto como de certos condimentos feitos à base de gemas de ovo e óleo vegetal (nunca vou perceber como é que não se entregou isto ao Paul Schrader). Estão aqui dois textos - que ainda não li, estou à espera que alguém me faça um café - sobre Revolutionary Road: um de James Wood, outro de Christopher Hitchens. Qual dos dois se assemelhará mais ao grunhido incoerente de um grande símio a besuntar as grades da jaula com as suas próprias fezes? Deixo a pergunta no ar, espalhando a sua essência.
Na imagem: caricatura de James Wood, aqui inexplicavelmente transformado por David Levine num italo-americano de Brooklyn, de camisa aberta e punhos cerrados, com ar ameaçador: "I will review the books, I will review your wife, and then I will review your momma".
Vou "linkar" um "blogue", como dizem os jovens
Nomeadamente este blogue, não só porque me parece um blogue passível de ser linkado, mas também, e acima de tudo, porque é o único blogue onde me lembro de ver uma citação do eminentemente citável Dwight Macdonald, um patusco americano de esquerda, que era, nos seus melhores momentos, uma espécie de Lester Bangs da crítica literária. Há para aqui algures um ensaio dele chamado "By Cozzens Possessed" do qual eu gosto tanto que estou disposto a transcrevê-lo na íntegra caso esta caixa de comentários chegue aos 500 comentários, ou aos 125 comentários - o que quer que aconteça primeiro.
Ah Lobo Antunes, és um cordeirinho
Birnbaum: Is it too early to know what the world thinks of this book?
Ford: I've heard some things. A terrible review in The Sunday New York Times.
Birnbaum: Are you going to go out and shoot it? Is that a true story that your wife took a pistol and shot a bad review Alice Hoffman gave you?
Ford: Yes, it is a true story. Shot her book. Seemed so good to do. We had another copy so I went out and shot it too. I don't read my reviews anymore.
(De uma entrevista antiga a Richard Ford, que é, depois da aposentação de Norman Mailer, claramente o escritor mais chanfrado em actividade)
Ford: I've heard some things. A terrible review in The Sunday New York Times.
Birnbaum: Are you going to go out and shoot it? Is that a true story that your wife took a pistol and shot a bad review Alice Hoffman gave you?
Ford: Yes, it is a true story. Shot her book. Seemed so good to do. We had another copy so I went out and shot it too. I don't read my reviews anymore.
(De uma entrevista antiga a Richard Ford, que é, depois da aposentação de Norman Mailer, claramente o escritor mais chanfrado em actividade)
quarta-feira, dezembro 03, 2008
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