Tendo em conta o azarento historial de equívocos entre realidade e onionismo que tem marcado as tentativas de divulgação da obra e pessoa de David Foster Wallace na imprensa nacional, cabe-me aqui relatar um facto pertinente que, mesmo depois da mais diligente e exaustiva pesquisa online, se poderia pensar ser tão fabricado como a história do bilhete de suicídio de trezentas páginas ou a dear john letter de sessenta: nos anos 90 David Foster Wallace tatuou o nome de uma namorada no braço; em 2003, quando a relação terminou, em vez de apagar a tatuagem, tatuou um asterisco ao lado da mesma, remetendo para uma outra tatuagem em nota de rodapé, com o nome da nova namorada, com quem se viria a casar. Gostaria de pensar que tanto o Sérgio C. Andrade e o Rui Catalão como aqueles que lhes apontaram os erros passaram por esta história e a acharam pouco plausível (com toda a razão, embora seja verdadeira). Quanto ao resto, vamos nutrindo com tranquilidade um torcicolo e perdoamos todos aqueles que estão do lado do Bem.
terça-feira, outubro 26, 2010
sexta-feira, outubro 15, 2010
Leonard Maltin's Auteur Porn Guide!
Ladri di bissexuali, Vittorio de Suckit
Prickpocket, Bobby Bresson
Die bitteren Tranny der Petra von Cunt, Rainer Werner Fastbanger
Sluttily Last Summer, Joseph Wankiewick
Diciotto e Mezzo, Federico Fellatio
Pierrot le Fister, Jean-Luc Got Hard
The Ladyboy from Shanghai, Foursome Welles
The Great Dick-taster, Charlie Chaplips
The Testicle of Dr. Abuse, Fritz Languid
segunda-feira, outubro 11, 2010
Os rumores da minha morte foram manifestamente bem escondidos, uma vez que não encontrei nenhum
FAQ
1. Então, isto está morto?
Ora essa, está mais vivo do que nunca. As medidas de austeridade blogosférica impostas durante Agosto e Setembro revitalizaram a economia local, permitindo um regresso em força, em que inclusivamente se prometem três posts por semana até ao fim do ano civil, em comemoração da não-atribuição do Nobel da Literatura a Murakami, como chegou a ser ventilado por cobarde sms, na semana passada.
2. Quando prometes três posts por semana, podemos assumir que haverá alguma punição em caso de não cumprimento?
Evidentemente que não. Continuarei a gozar de total impunidade quando regressar em Janeiro.
3. Então o que é que fizeste nas férias?
Estive duas semanas no Pinhão, onde comi javali ilegalmente caçado no dia anterior, perdi a caderneta de recibos verdes, passeei à beira do Douro ao fim da tarde deixando que a Natureza percebesse a sua insignificância ao contemplar-me, li o Guerra e Paz em vinte e um dias, e vi um cidadão puxar o alarme para interromper a marcha do comboio entre Mosteirô e a Régua por "precisar de um bocadinho de ar fresco".
4. E o Sporting, tens visto o Sporting?
There was a time when, though my path was rough,
This joy within me dallied with distress,
And all misfortunes were but as the stuff
Whence Fancy made me dreams of happiness:
For hope grew round me, like the twining vine,
And fruits, and foliage, not my own, seemed mine, etc.
5. E achas que as crianças deviam ler o Moby Dick ou não?
Mesmo com a vasta exposição à minha experiência pessoal que a minha experiência pessoal me possibilitou, nunca tenho a certeza de conseguir extrair dela as implicações correctas. É verdade que li o Moby Dick aos 15 anos e cresci heterossexual, mas nada me garante que tudo o resto não tenha sido um gigantesco acidente.
6. No caso de precisarmos de escrever um daqueles artigos parvinhos para a National Review sobre a maneira como certas neuroses liberais e pós-coloniais deformam a apreciação contemporânea da obra de Kipling, tens algum título fixe para sugerir?
White man's "white man's burden" man's burden
7. Eheheheh, isso é espectacular! Por favor repete.
White man's "white man's burden" man's burden
8. Apesar da piada extraordinária sobre o Kipling, e mesmo que isso implique uma qualquer transacção perniciosa, tipo uma aceitação passiva e não-examinada de liberdades triviais e efémeras em detrimento de liberdades substanciais e duradouras, não achas que a gente tem o direito de não te amar?
Não.
7. Queres partilhar alguma coisa de relevante que possamos ter perdido nestes dias, tipo dois links e um vídeo do YouYube?
Tolan: . . .Uma coisa que me chateia nos amigos e amigas que têm filho é que deixam de me considerar a pessoa mais importante na vida delas, o que acontecia antes. Nota-se perfeitamente. Os meus discursos sobre a mulher segundo Hemingway ou que o primeiro punk da história é o protagonista do Herói do Nosso Tempo do Leermontov são frequentemente interrompidos por ruídos indistintos de bebé. Fico a falar sozinho, o bebé eventualmente cala-se e depois fica toda gente calada e se eu não relembrar as pessoas que eu estava a falar, ninguém se lembra. . .
O Vermelho e o Negro: . . . este primeiro conto dos Contos de Odessa de Issak Bábel, por mim traduzido penosamente. . .
Garbage Day:
1. Então, isto está morto?
Ora essa, está mais vivo do que nunca. As medidas de austeridade blogosférica impostas durante Agosto e Setembro revitalizaram a economia local, permitindo um regresso em força, em que inclusivamente se prometem três posts por semana até ao fim do ano civil, em comemoração da não-atribuição do Nobel da Literatura a Murakami, como chegou a ser ventilado por cobarde sms, na semana passada.
2. Quando prometes três posts por semana, podemos assumir que haverá alguma punição em caso de não cumprimento?
Evidentemente que não. Continuarei a gozar de total impunidade quando regressar em Janeiro.
3. Então o que é que fizeste nas férias?
Estive duas semanas no Pinhão, onde comi javali ilegalmente caçado no dia anterior, perdi a caderneta de recibos verdes, passeei à beira do Douro ao fim da tarde deixando que a Natureza percebesse a sua insignificância ao contemplar-me, li o Guerra e Paz em vinte e um dias, e vi um cidadão puxar o alarme para interromper a marcha do comboio entre Mosteirô e a Régua por "precisar de um bocadinho de ar fresco".
4. E o Sporting, tens visto o Sporting?
There was a time when, though my path was rough,
This joy within me dallied with distress,
And all misfortunes were but as the stuff
Whence Fancy made me dreams of happiness:
For hope grew round me, like the twining vine,
And fruits, and foliage, not my own, seemed mine, etc.
5. E achas que as crianças deviam ler o Moby Dick ou não?
Mesmo com a vasta exposição à minha experiência pessoal que a minha experiência pessoal me possibilitou, nunca tenho a certeza de conseguir extrair dela as implicações correctas. É verdade que li o Moby Dick aos 15 anos e cresci heterossexual, mas nada me garante que tudo o resto não tenha sido um gigantesco acidente.
6. No caso de precisarmos de escrever um daqueles artigos parvinhos para a National Review sobre a maneira como certas neuroses liberais e pós-coloniais deformam a apreciação contemporânea da obra de Kipling, tens algum título fixe para sugerir?
White man's "white man's burden" man's burden
7. Eheheheh, isso é espectacular! Por favor repete.
White man's "white man's burden" man's burden
8. Apesar da piada extraordinária sobre o Kipling, e mesmo que isso implique uma qualquer transacção perniciosa, tipo uma aceitação passiva e não-examinada de liberdades triviais e efémeras em detrimento de liberdades substanciais e duradouras, não achas que a gente tem o direito de não te amar?
Não.
7. Queres partilhar alguma coisa de relevante que possamos ter perdido nestes dias, tipo dois links e um vídeo do YouYube?
Tolan: . . .Uma coisa que me chateia nos amigos e amigas que têm filho é que deixam de me considerar a pessoa mais importante na vida delas, o que acontecia antes. Nota-se perfeitamente. Os meus discursos sobre a mulher segundo Hemingway ou que o primeiro punk da história é o protagonista do Herói do Nosso Tempo do Leermontov são frequentemente interrompidos por ruídos indistintos de bebé. Fico a falar sozinho, o bebé eventualmente cala-se e depois fica toda gente calada e se eu não relembrar as pessoas que eu estava a falar, ninguém se lembra. . .
O Vermelho e o Negro: . . . este primeiro conto dos Contos de Odessa de Issak Bábel, por mim traduzido penosamente. . .
Garbage Day:
I am indignant
The likes of us should quit politics and stick to dreams. It gave me pleasure to hear that I recently figured in a dream of yours positively. I recently dreamt:
Dream I: I identify Tolstoy as the driver of a beat-up white van on the expressway. I ask the old guy at the wheel of this crumbling van what he can do to keep his flapping door from banging against the finish of my car. When he leans over to the right I see that he is none other than Leo Tolstoy, beard and all. He invites me to follow him off the expressway to a tavern and he says, "I want you to have this jar of pickled herring." He adds, "I knew your brother." At the mention of my late brother I burst into tears.
Dream II: A secret remedy for a deadly disease is inscribed in Chinese characters on my penis. For this reason my life is in danger. My son Greg is guarding me in a California hideout from the agents of a pharmaceutical company, etc.
Dream III: I find myself in a library filled with unknown masterpieces by Henry James, Joseph Conrad and others. Titles I have never seen mentioned anywhere. In shock and joy I open a volume by Conrad and read several pages, sentence after sentence after sentence in the old boy's best style, more brilliant than ever. "Why in the hell was I never told about this?" I ask. Certain parties have been holding out on us. I am indignant.
(Saul Bellow, carta a Martin Amis, aqui)
Dream I: I identify Tolstoy as the driver of a beat-up white van on the expressway. I ask the old guy at the wheel of this crumbling van what he can do to keep his flapping door from banging against the finish of my car. When he leans over to the right I see that he is none other than Leo Tolstoy, beard and all. He invites me to follow him off the expressway to a tavern and he says, "I want you to have this jar of pickled herring." He adds, "I knew your brother." At the mention of my late brother I burst into tears.
Dream II: A secret remedy for a deadly disease is inscribed in Chinese characters on my penis. For this reason my life is in danger. My son Greg is guarding me in a California hideout from the agents of a pharmaceutical company, etc.
Dream III: I find myself in a library filled with unknown masterpieces by Henry James, Joseph Conrad and others. Titles I have never seen mentioned anywhere. In shock and joy I open a volume by Conrad and read several pages, sentence after sentence after sentence in the old boy's best style, more brilliant than ever. "Why in the hell was I never told about this?" I ask. Certain parties have been holding out on us. I am indignant.
(Saul Bellow, carta a Martin Amis, aqui)
Subscrever:
Mensagens (Atom)