Quanto tempo tem uma pessoa de viver no estrangeiro até sucumbir ao "efeito Roberto Leal"? Cinco, dez, quinze anos? Quanto tempo tem de se estar imerso diariamente numa segunda língua - falando, pensando, lendo jornais, vendo os noticiários - até se começar a produzir desvios de sotaque e vocabulário?
Uma amiga minha, algarvia, que vive na Grã-Bretanha há mais de quinze anos, evidencia já alguns sintomas. É frequente saírem-lhe palavras trocadas, especialmente palavras que nunca teve tempo para interiorizar em português: mouse por "rato", keyboard por "teclado", remote por "telecomando" e por aí fora.
Recentemente, porém, o desvio foi quase cruel. Numa inocente conversa de café, e a propósito de nada, ela sai-se com esta:
- Ai, ando cheia de vontade de te introduzir a uma amiga minha.
E foi só isto. Mas naquela fracção de segundos que o meu cérebro, que de imediato me providenciou inúmeras imagens de "introduções", demorou a perceber que o "introduzir" era apenas o verbo inglês introduce ("apresentar a") invadindo descaradamente língua alheia, fui o homem mais feliz do mundo.
Uma amiga minha, algarvia, que vive na Grã-Bretanha há mais de quinze anos, evidencia já alguns sintomas. É frequente saírem-lhe palavras trocadas, especialmente palavras que nunca teve tempo para interiorizar em português: mouse por "rato", keyboard por "teclado", remote por "telecomando" e por aí fora.
Recentemente, porém, o desvio foi quase cruel. Numa inocente conversa de café, e a propósito de nada, ela sai-se com esta:
- Ai, ando cheia de vontade de te introduzir a uma amiga minha.
E foi só isto. Mas naquela fracção de segundos que o meu cérebro, que de imediato me providenciou inúmeras imagens de "introduções", demorou a perceber que o "introduzir" era apenas o verbo inglês introduce ("apresentar a") invadindo descaradamente língua alheia, fui o homem mais feliz do mundo.
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