«Sinto, acima de tudo, que a minha arrogância está a abandonar-me. Estou menos amistoso, tenho menos élan. Sinto-me vazio e trabalho apenas por desespero. O meu comportamento sofre por causa disso. Estou derrotado. Em comparação com qualquer outra pessoa sinto-me estúpido. Sou desastrado, e não sou capaz de reagir ou responder a um insulto da maneira mais adequada. Algumas horas depois, sinto-me novamente arrogante, recluso, marginal, sensível, feliz.»
(Fragmento dos intermináveis diários de Robert Musil, nascido a 6 de Novembro de 1880. O Homem Sem Qualidades foi o primeiro nome em que pensei para este blogue, mas já estava ocupado. Depois tentei O-Homem-Sem-Qualidades, mas também a esse cheguei tarde. Pastoral Portuguesa foi uma resignada sétima escolha, que teve muito pouco de escolha.
Musil acharia todo este processo não apenas normal, mas inevitável.)
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