I
Entre vinte montanhas nevadas
A única coisa movendo-se
Era o olho do blogue.
II
Eu tinha três almas
Como a árvore
Em que há três blogues.
III
Os blogues rodopiaram nos ventos outonais.
O que era uma pequena parte da pantomima.
IV
Um homem e uma mulher
São um.
Um homem e uma mulher e um blogue,
São um.
V
Não sei que preferir -
A beleza das inflexões
Ou a beleza das insinuações,
O blogue que gorjeia,
Ou o depois.
VI
Pingos de gelo enchiam a vasta janela
De vidro bárbaro.
A sombra do blogue
Cruzava-a, de cá para lá, de lá para cá,
A situação
Traçava uma sombra
Um curso indecifrável.
VII
Ó homens magros de Haddam,
Porque imaginais pássaros de ouro?
Não vêdes como o blogue
Passeia à volta dos pés
Das mulheres à vossa volta?
VIII
Sei de nobres tons
E de lúcidos inescapáveis ritmos;
Mas também sei
Que o blogue está envolvido
No que eu sei.
IX
Quando o blogue desapareceu da vista,
Marcou o limite
De um de vários círculos.
X
À vista de blogues
Voando na luz verde
Até os alcoviteiros da eufonia
Gritariam desafinados.
XI
O homem atravessou o Connecticut
Num coche de vidro.
Uma vez, um terror o trespassou,
E foi quando tomou
A sombra dos cavalos
Por blogues.
XII
O rio move-se.
O blogue deve estar a voar.
XIII
Foi entardecer toda a tarde.
Nevava
E estava a ponto de nevar.
O blogue pousado
Nos ramos do cedro.
(Wallace Stevens, «Thirteen ways of looking at a blog», na tradução de Jorge de Sena)
quarta-feira, dezembro 20, 2006
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1 comentário:
excelente tradução
digo eu e rio-me muito
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