«Nominally, the housekeeping was in the hands of her former nurse, at that time a bleary, incredibly wrinkled old woman (born a slave around 1830) with the small face of a melancholy tortoise and big shuffling feet. She wore a nunnish brown dress and gave off a slight but unforgettable smell of coffee and decay. Her dreaded congratulation on our birthdays and namedays was the serfage kiss on the shoulder. Age had developed in her a pathological stinginess, especially in regard to sugar and preserves, so that by degrees, and with sanction of my parents. other domestic arrangements, kept secret from her, had quietly come into force. Without knowing it (the knowledge would have broken her heart) she remained dangling as it were, from her own key ring, while my mother did her best to allay with soothing words the suspicions that now and then flitted across the old woman's weakening mind. Sole mistress of her moldy and remote little kingdom, which she thought was the real one (we would have starved had it been so), she was followed by the mocking glances of lackeys and maids as she steadily plodded through long corridors to store away half an apple or a couple of broken Petit-Beurre biscuits she had found on a plate.»
(V. Nabokov, Speak, Memory)
(Este parágrafo turbulento, tão cheio de coisinhas boas, aparece na página 37. 'Melancholy tortoise' não é apenas uma expressão memorável, é todo um tratado de sensibilidade e inteligência visual. Nabokov foi, tanto quanto sei, o primeiro autor a descobrir uma das leis de ferro da eloquência: é quase impossível estragar uma passagem descritiva que combine a palavra 'tartaruga' com um adjectivo moral. Martin Amis, um dos grandes discípulos de Nabokov, e que tantos tiques e truques lhe apropriou ao longo dos anos, descreveu o rosto de Saul Bellow como o de uma "omniscient tortoise". E tinha toda a razão. Eu acho que o rosto de Nabokov é como o de uma "disdainful tortoise". E tenho toda a razão.
(V. Nabokov, Speak, Memory)
(Este parágrafo turbulento, tão cheio de coisinhas boas, aparece na página 37. 'Melancholy tortoise' não é apenas uma expressão memorável, é todo um tratado de sensibilidade e inteligência visual. Nabokov foi, tanto quanto sei, o primeiro autor a descobrir uma das leis de ferro da eloquência: é quase impossível estragar uma passagem descritiva que combine a palavra 'tartaruga' com um adjectivo moral. Martin Amis, um dos grandes discípulos de Nabokov, e que tantos tiques e truques lhe apropriou ao longo dos anos, descreveu o rosto de Saul Bellow como o de uma "omniscient tortoise". E tinha toda a razão. Eu acho que o rosto de Nabokov é como o de uma "disdainful tortoise". E tenho toda a razão.
Recomendo ao leitor o seguinte jogo de salão para noites primaveris: vá escolhendo atributos emocionais, atrele-os a nomes de répteis, aplique-os a figuras públicas, e submeta os resultados à aprovação geral.
Garanto que isto é tão satisfatório como uma longa sessão de Monopólio™ com amigos temperamentais.)
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