segunda-feira, setembro 11, 2006

9/11

Estava - como em tantos outros momentos, históricos ou não - num alfarrabista. Em Birmingham. Três ou quatro clientes receberam mensagens de texto quase simultaneamente e o gerente ligou um rádio.
Pensei imediatamente na única pessoa de New York que conhecia: um tipo chamado Keith, que tinha conhecido na semana anterior numa pousada em Londres, e que se apresentava a toda a gente da mesma maneira:
"Hi, I'm Keith. I'm from New York City."
Foi o Keith que me falou pela primeira vez dos White Stripes, na altura ainda meio desconhecidos na Europa. E na noite de 9 para 10 de Setembro, a última que passámos em Londres, deu-me uma palestra de duas horas (com dezenas de exemplos ilustrativos) sobre sotaques americanos, depois de eu ter cometido o erro de falar de "um sotaque americano". É que há muitos. E ele falou-me de todos.
Na manhã seguinte apanhei um comboio para Birmingham e o Keith apanhou um avião para La Guardia e não voltámos a falar, porque são mesmo assim as amizades de viagem.
O Keith, que era de New York City, e que, durante poucas semanas, teve centenas de milhões de conterrâneos, todos com "sotaque americano".

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