No princípio achava giro, e tentava ser prestável. Depois veio a irritação. Por fim ocorreu-me que era possível começar a mentir - e tudo melhorou.
Falo de algo que a honestidade antropológica não me permite definir como tendência, apesar de já me ter acontecido dezenas de vezes neste país: a propósito de nada perguntarem-me "como se diz isto na tua língua?"
Ora, há um número restrito de vezes que um gajo pode explicar a estrangeiros a pronúncia correcta de algo tão inócuo como "bom dia" antes de se aborrecer. Por isso, lá para 2002 (deve ter sido em Abril, quando a bolha do tédio incha mais) passei a ensinar frases erradas. Primeiro o disparate, e depois (inevitavelmente) o palavrão.
É um vício. Sou o primeiro a admiti-lo. E, como todos os vícios, pode parecer infantil, supérfluo e desagradável, especialmente a terceiros que não o partilham. Mas o logro agarra. Diverte. Além disso, já estou muito bom na coisa para me reformar agora.
Portanto, da próxima vez que forem abordados em Lisboa por um sorridente cidadão britânico, e este vos pergunte, com sotaque bastante aceitável, se a vossa sogra gosta de felar dromedários no deserto, tenham calma e não pensem mal do "bife". Provavelmente, é apenas um amigo meu a perguntar por um bom restaurante.
Falo de algo que a honestidade antropológica não me permite definir como tendência, apesar de já me ter acontecido dezenas de vezes neste país: a propósito de nada perguntarem-me "como se diz isto na tua língua?"
Ora, há um número restrito de vezes que um gajo pode explicar a estrangeiros a pronúncia correcta de algo tão inócuo como "bom dia" antes de se aborrecer. Por isso, lá para 2002 (deve ter sido em Abril, quando a bolha do tédio incha mais) passei a ensinar frases erradas. Primeiro o disparate, e depois (inevitavelmente) o palavrão.
É um vício. Sou o primeiro a admiti-lo. E, como todos os vícios, pode parecer infantil, supérfluo e desagradável, especialmente a terceiros que não o partilham. Mas o logro agarra. Diverte. Além disso, já estou muito bom na coisa para me reformar agora.
Portanto, da próxima vez que forem abordados em Lisboa por um sorridente cidadão britânico, e este vos pergunte, com sotaque bastante aceitável, se a vossa sogra gosta de felar dromedários no deserto, tenham calma e não pensem mal do "bife". Provavelmente, é apenas um amigo meu a perguntar por um bom restaurante.
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