Ouvi hoje, de passagem, as seguintes palavras, proferidas por um grisalho cavalheiro à porta de uma barbearia na Margem Sul: «... as mulheres portuguesas, a fidelidade portuguesa, o vinho português, o pão português...»
Desconheço a direcção que levou este apetitoso fragmento. Desconheço até se o senhor sabia que estava a cometer uma pequena glosa sobre a segunda estrofe da Deutschlandlied.
(Curiosamente, ontem à noite, no aprazível espaço que é o novo restaurante da Cinemateca [novo para mim, que não o conhecia, e onde comi um hambúrguer de carne alentejana, acompanhado com molho de mostarda, puré frio, e um cone de massa folhada recheado de batatas fritas], oito alemães passaram mais de uma hora em amena cavaqueira. Apesar dos meus esforços, não consegui entender uma palavra do que disseram, mas parece-me inteiramente plausível que tenham trocado entre si versos de Henrique Lopes de Mendonça. O sentido de humor teutónico tem sido injusta e consistentemente sub-valorizado pela História.)
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