quinta-feira, junho 25, 2009

Sou tão prestável

Agora do que eu gostaria mesmo era que alguém sugerisse um de Robert Browning (gosto de simetrias). (Linha dos Nodos)

No The Sweet Hereafter do Egoyan, antes do acidente, a rapariga maluca lê um excerto do "The Pied Piper of Hamelin" (do Browning) aos seus coleguinhas.
Já agora, no The Trouble With Harry o médico tropeça no cadáver do Harry porque vai a ler um soneto de Shakespeare (tenho uma história parecida que aconteceu em Monsanto, mas conto noutra altura). E, por falar em sonetos, no a todos os níveis excelente Exorcista III (o filme que inclui um dos melhores diálogos sobre carpas da história do cinema), ouve-se aquele soneto do John Donne em que o sujeito poético aconselha a Morte a bater a bolinha baixa, na medida em que o guarda-redes é anão.

12 comentários:

nome disse...

Senhor Casanova,
Por orientação sua, andava a ler "um dos três melhores blogues do mundo" (o agrafo). Ontem, no entanto, dei de cara com uma tampa de caixão no lugar onde deveriam estar os posts. Sei - muito à propósito do título deste post - da sua prestabilidade e, mais ainda, sei da influência que o senhor exerce (de uma maneira ou de outra) sobre todos nós, e peço que mexa os seus pauzinhos para o (infelizmente não gravei o nome dele) gajo dar uma sobrevida de uma semana (pelo menos) ao agrafo. Tempo que dedicarei integralmente à sua leitura. Toma isto com seriedade, por favor. Aguardo o milagre.
Abraço.

Anónimo disse...

Não tendo isto nada a ver com o seu post é, contudo, um dever de consciência (aqui tenho colocada a mão no peito), perante um esteta da literatura anglo-saxónica, colocar duas questões: a) que merda de livro é aquele publicado por Pedro Adão e Silva que implica uma confusão lamentável entre surf, corpos untados com sal e a descrição de fenómenos naturais no tom pedido emprestado a Tony de Matos: b)o que fazer a Henrique Raposo que, desgraçadamente não se encontra tipologizado na sua análise das inteligências. O que é verdadeiramente extraordinário nos textos de Raposo é a sua capacidade de nos convencer a cada palavra lida da sua imensa incapacidade de utilizar a língua portuguesa para expressar com elegância e fineza um pensamento complexo. «Mas o menino socialista-católico, que fugiu em 2002, continua a ter boa imprensa. Porquê? Porque anda a salvar os pobrezinhos do mundo. Cagou em nós, fugiu, mas como é uma Angelina Jolie sem decote tem boa imprensa. link» Este excerto não é apenas a tradução de uma grande análise, repleta de finas deduções e recortes estilísticos, embora sóbrios, de grande estilo com manifesto domínio da expressão escrita: é a transformação da crónica jornalística ou do post blogosférico num novo modelo da Renova para a linha hard de um novo papel higiénico, juntanto a opinião à prática da higiene pessoal. Eu limparia, de bom grado, o meu corpo a qualquer ecrã onde pontificassem restos das fezes que António Guterres terá largado sobre as nossas cabeças, não fossem as dificuldades logísiticas da operação. Quanto ao conteúdo político não vamos sequer ousar atravessar esses cumes nevados por onde se move a análise do governo de António Guterres, tal a vertigem que nos assalta quando lemos Raposo e as interpretações da situação política portuguesa. Desde os finos gostos musicais («Bolero de Ravel é a primera música de elevador») a coerentes proclamações da ordem liberal («E depois venham-me dizer que sou antiquado por não confiar na wikipédia e demais coisinhas livres da net») tudo se pode encontrar à excepção de elogios à obra filosófica de Karl Marx. Contudo, Dr. Raposo, gostaria apenas de deixar uma pequeniníssima recomendação: olhando cuidadosamente à justíssima comparação entre Angelina Jolie e António Guterres creio existirem mais uma ou duas diferenças para além do decote. Mas posso estar enganado e aí terei que ler mais 10047 vezes o Caminho para a servidão de Haeyk a fim de vislumbrar como a frequência dos assuntos internacioanis e as vastas leituras liberais nos põem a ver em António Guterres uma Angelina Jolie sem decote. Comentadores de todo o mundo: matriculai-vos rapidamente no curso de ciência política e preparai-vos para um mundo novo bastante mais apetecível do que o dos mártires mçulmanos depois de puxado aquele pequeno cordel que pende da cintura.

Anónimo disse...

Obrigado por existir, sr. Raposo.

Anónimo disse...

o alf consegue ser mais chato que o plúvio.

Anónimo disse...

chato é o meu nome do meio: alf chato bond e fui investido pelo rainha da Inglaterra com a missão de melhorar os indíces de sucesso escolar entre os liberais, sobretudo os fãs do sr. Raposo que, necessariamente - tal como as alminhas do purgatório -, estão em situação de franca divergência com evolução dos restantes primatas.

Pedro Jordão disse...

Há aí uma confusão: a rapariga que lê o "The Pied Piper Of Hamelin" no The Sweet Hereafter não é maluca. É até uma das personagens mais lúcidas.

Anónimo disse...

Eu não sou fã do sr. Raposo até por que não faço a mais pequena ideia de quem ele seja, mas encontro-lhe a existência plenamente justificada pelos magníficos textos do alf.
É bom que fique claro: Eu sou fã do alf, não do sr. Raposo!
Gostaria, no entanto, de fazer notar com humildade ao alf que a frase “franca divergência com evolução dos restantes primatas”, embora poética, talvez careça de sentido no contexto em que é usada. Dá ideia que o alf está a pensar em “divergências evolutivas” dentro do género humano e não dentro da ordem dos primatas de que são membros com igual mérito tanto o próprio alf como qualquer indivíduo da espécie, digamos, Macaca mulatta, isto só para dar dois exemplos. Mas enfim, pode ser que eu esteja enganado.

Plúvio disse...

'

Anónimo disse...

Bravo!

R. Casanova disse...

Boa tarde a todos, estou muito contente por terem vindo.

nome: também estou muito preocupado com essa situação do agrafo. Ando a trabalhar no sentido de descobrir a sua residência oficial, para poder ir-lhe ao focinho.

alf: credo.

anónimo 01:42: não chame chate ao Plúvio, que o Plúvio não é chato. O Plúvio, além de fazer de meu super-ego em part-time, também tem um blogue muito bom, que eu recomendo vivamente a todos os interessados em blogues muito bons. (Sample gratuita: http://chovechove.blogspot.com/2009/06/28-noves-fora-manuela.html)

Pedro Jordão: Lúcida? Por amor de Nossa Senhora de Fátima, não diga disparates. Garanto-lhe que essa rapariga é maluca, e que cresceu para se transformar na Glenn Close no Atracção Fatal.

baptista pereira disse...

Boa tarde. Juro que não quero ser impertinente. É UMA sample, mesmo? Eu passei a vida enganado a dizer O sample, uns samples, etc? p.s.Não vi nenhum desses filmes.

R. Casanova disse...

Boa tarde, sr. Baptista Pereira. Ora essa, não incomoda nada. A minha mãe pode ter-me incentivado a responder a todos os comentários, mas a partir de um certo ponto eu faço isto por amor.
Bom, o género que se deve dar aos anglicismos é um assunto interessantíssimo. Não me faça falar sobre o género que se deve dar aos anglicismos, Sr. Baptista Pereira! Ou eu nunca mais me calo!
No caso em questão, "sample" tem o sentido restrito de "amostra", pelo que usei a regra da atracção sinonímica, e atribui-lhe o género da palavra portuguesa que designa um conceito equivalente. (cf. http://ciberduvidas.pt/pergunta.php?id=26177 + http://ciberduvidas.pt/pergunta.php?id=23173 + http://ciberduvidas.pt/pergunta.php?id=19218).

A questão ainda mais fascinante é: se há uma palavra portuguesa logo ali à mão, porque raio é que eu usei "sample"? Terá sido porque, em certas matérias, eu sou nhó? É que os nhós são um assunto interessantíssimo. Não me faça falar sobre nhós, Sr. Baptista Pereira, ou eu nunca mais me calo, etc.