Quando comecei o blog em Julho, tinha essencialmente um objectivo: aguentar até Dezembro, quando chegasse a altura de proceder aos inevitáveis balanços de fim-de-ano.
O impulso do blogger para fazer listas não é arbitrário; parte, aliás de uma profunda e venerável convicção: a de que o mundo seria um lugar melhor se toda a gente ouvisse a nossa música. Que os impostos seriam mais baixos, que os automobilistas respeitariam as zebras, que os vizinhos diriam sempre bom-dia, que as almofadas seriam dotadas de fibras soporíferas naturais, que os carteiros se restringiriam às suas limitadas porém importantíssimas competências, que as paragens de autocarro seriam lugares iluminados por inesperados sorrisos, que os números de telefone realmente importantes jamais seriam esquecidos.
Movido por essas e outras corriqueiras esperanças, eu faço listas como esta:
1. Yo La Tengo – I Am Not Afraid Of You and I Will Beat Your Ass
2. Bob Dylan – Modern Times
3. The Decemberists – The Crane Wife
4. Morrissey – Ringleader of the Tormentors
5. The Handsome Family – Last Days of Wonder
6. Bonnie 'Prince' Billy – The Letting Go
7. The Fratellis – Costello Music
8. Woven Hand – Mosaic
9. Sufjan Stevens – The Avalanche
10. The Raconteurs – Broken Boy Soldiers
- Desilusão do ano: Life Pursuit dos Belle & Sebastian. Há quem goste mais deles agora. Pessoalmente acho que desde o The Boy With The Arab Strab aquilo tem sido sempre a descer;
- Menção especial: Underdog World Strike dos inqualificáveis Gogol Bordello. Saiu em 2005, mas devia sair todos os anos.
7 comentários:
entre muitos outros, o da joanna newsom (que ainda não ouvi todo) parece-me ter espaço nalgumas listas.
Sinceramente só a ouvi hoje pela primeira vez - sacada ao (Éter) - e não desgostei, apesar de a voz parecer um cruzamento entre o Chucky e a gémea má da Bjork.
Eu cá acho que o Life Pursuit foi o regresso à boa forma. Outra forma, mas ainda assim boa.
Eu acrescentaria o disco do Johnny Cash. A mais perfeita auto-eulogia.
«elegia», «elegia». É o que dá ser exilado na nossa própria língua.
NMG
Permite-me meter a colherada, mas merece um lugar de destaque o album dos Guillemot, Through the Windowpane. Não digo logo o primeiro lugar... quem sabe uma menção honrosa?
Não há como dourar a pílula: esqueci-me do Johnny Cash. E esqueci-me dos Guillemots, dos Arctic Monkeys, da Cat Power e do álbum de duetos da Isobel Campbell e do Mark Lanegan.
Esta lista é uma vergonha; repudio-a.
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