domingo, outubro 08, 2006

Esta noite ouve-se


I said, Mama, he's crazy and he scares me
But I want him by my side.
Though he's wild and he's bad, and sometimes just plain mad
I need him to keep me satisfied.

I said, Papa, don't cry cause it's all right,
And I see you in some of his ways.
Though he might not give me the life that you wanted
I'll love him the rest of my days.

I said, Brother, you speak to me of passion.
You said never to settle for nothing less.
Well, it's in the way he walks, it's in the way he talks;
His smile, his anger and his kisses.

I said, Sister, don't you understand?
He's all I ever wanted in a man.
I'm tired of sitting around the T.V. every night
Hoping I'm finding a Mr. Right.

He says, Baby, don't listen to what they say.
There comes a time when you have to break away.
He says, Baby there are things we all cling to all our life.
It's time to let them go and become my wife.

Misguided Angel hanging over me.
Heart like a Gabriel, pure and white as ivory.
Soul like a Lucifer, black and cold like a piece of lead.
Misguided Angel, love you 'til I'm dead.



(«Misguided Angel», dos Cowboy Junkies. O álbum, o magnífico The Trinity Session, foi gravado em sessão única e com equipagem mínima, numa igreja de Toronto, na noite de 27 de Novembro de 1987. Nem tudo dos Junkies é merecedor de atenção; são frequentemente repetitivos, e muitas das suas composições soam apressadas ou inacabadas. Neste disco, contudo, não há esboços. Margo Timmins tem o tipo de voz que se associa mais facilmente ao trip-hop de Bristol do que a baladas de enterro, mas o seu timbre glacial é estranhamente adequado para narrar este conto vulnerável - que no fundo é o registo de um vício.
O resto é melhor ouvido no escuro, de preferência com a vida privada em farrapos, a televisão ligada no canal da mira técnica, e uma vela esculpida na forma de Sadi Carnot a arder lentamente dentro de um frasco de maionese vazio.)

1 comentário:

Trinity disse...

Ora, palminhas! Dada a dica, e salvem-se as coincidências dos nomes, fui ouvir o que tu ouves... et voilá!
High twenty porque, neste caso, valem mãos e pés!
Para além de finalmente ter descoberto de onde vem a Sweet Jane que tanta vez ouvi no "Natural Born Killers".
Palminhas, minha gente, palminhas!